domingo, 15 de maio de 2011

Os adolescentes e a Internet

A investigadora Sandra Manuela Palhares no âmbito da sua tese de mestrado em Educação e Multimédia sobre a temática " A Internet e a Educação para a Sexualidade: uma actividade on-line", dedicou o capítulo 2 à análise da importância da Internet no desenvolvimento dos adolescentes.  A relevância deste estudo, ainda que possua dados ultrapassados é a relação dos jovens que tem com a Internet independentemente do período, mostrando como este meio tencológico desde cedo despertou nos mais jovens uma necessidade de uso. Para além disso, independetemente do período os jovens adolecentes mostraram relativamente à Internet os mesmos interesses e objectivos. 

Deste modo, é visivel que este meio tecnológico sempre despertou interesse nos jovens pela facilidade de utilização, sendo atraídos pelas salas de chat e pelos jogos on-line e onde podem experimentar e desempenhar diferentes papéis, assim como, estabelecer relações com pessoas que partilham os mesmos interesses. Para além disso, a possibilidade de uso do mundo virtual num contexto de anonimato possibilita-lhes um maior grau de desinibição.  

Como é referido no estudo citando Wallace (2001) que a  "A Internet é um laboratório da identidade cheio de personagens, audiências e suportes para novas experiências" tornando-se de um dos meios de comunicação e de estabelecimento de relações preferidos pelos adolescentes.

Este estudo faz ainda uma referência ao uso dos telemóveis e à importância que os mesmos desempenham na vida dos adolescentes, tendo a autora apresentado um estudo estatístico de que 92% dos alunos portugueses do 11º ano de escolaridade em 2003 possuia telemóvel.

 

sábado, 14 de maio de 2011

Identidade na Adolescência - O Porquê dos adolescentes crirem páginas?

 
O vídeo é uma breve reflexão sobre a importância da criação dos blogues e de páginas pessoais na construção da identidade dos adolescentes. A presença online para além da curiosidade, dos desafios tecnológicos, a necessidade de marcação da presença é uma oportunidade que os jovens sentem de poderem interagir, nomeadamente numa sociedade e cultura onde a opinião dos adultos é mais aceite.

Deste modo, estes espaços representam para estes jovens criadores um espaço, mas também um tempo de reflexão sobre o seu "eu".
Mas os jovens expõem-se em auto-apresentações por terem necessidade de serem aceites socialmente pelo público a que se destina a sua produção ou expressão online. Deste modo, ao exporem-se de forma autentica, pretendem obter do seu público um feedback.
As preocupações dos adolescentes sobre a auto-aceitação motiva-os a procurar um feedback que garanta que não estão sozinhos nos seus pensamentos, sentimentos e experiências.

Construção da Identidade na Adolescência


David Buckingham é professor de Educação no Instituto de Educação, da Universidade de Londres, e fundador e director do Centro para Estudos de Crianças, Jovens e Media. Ele é um dos principais pesquisadores internacionais sobre as crianças e as interacções dos jovens com os media, e sobre os media na educação.  Foi mesmo pioneiro na pesquisa dos media na educação em salas de aula do Reino Unido.
Ele já dirigiu inúmeros projectos de investigação sobre estas questões e é autor, co-autor ou editor de dezoito livros, Children Talking Television (1993), Moving Images (1996), TThe Making of Citizens (2000) and After the Death of Childhood (2000) and Media Education (2003) . 



Os Nativos Digitais Portugueses

O documento “ Nativos Digitais portugueses: idade, experiência e esferas de utilização das TIC” trata-se de um relatório realizado com base em dados facultados pelo INE pela investigadora Maria João Taborda , sob a coordenação científica de Rita Espanha e Gustavo Cardoso. Este relatório  é na verdade uma proposta de discussão para se perceber até que ponto os jovens portugueses são de facto nativos digitais e se existem diferenças de utilização da Internet entre as faixas dos 10 aos 15 e dos 16 aos 74 anos.

O relatório assenta em bases comparativas das práticas dos jovens portugueses com a restante população do país tendo se chegado a estes resultados através de um inquérito extensivo por questionário através de uma entrevista realizada em computador.


Entre os resultados obtidos neste relatório realço os seguintes aspectos para se perceber se os jovens portugueses revelam características de nativo digital:

Este relatório teve como base o estudo do comportamento das faixas etárias já referenciadas no que se refere aos seguintes aspectos:
  •  Jovens utilizadores de computador
  • Frequência de utilização do computador
  • Locais de utilização do computador
  • Actividades realizadas no computador
  • Jovens utilizadores da  Internet(por zona, genéro)
  • Frequência de utilização da Internet
  • Frequência média de utilização da Internet nos primeiros meses do ano
  • Locais de utilização da Internet, por tipo de localidade
  • Actividades realizadas na Internet
  • Actividades realizadas no telemóvel

Deste relatório realizado já em 2008 pode-se verificar alguns aspectos relevantes sobre a questão dos nativos digitais portugueses, mas também algumas tendências da utilização dos meios tecnológicos que se verificam actualmente como uma realidade. É de salientar que nesta altura os acessos a  computadores e à internet tratavam-se de investimentos caros havendo muitos jovens que não possuíam computador em casa tendo apenas acesso ao mesmo na escola. Foi com o programa E-escola que alguns dos aspectos que se apresentavam como tendências vieram a concretizar-se como evidências na utilização dos meios digitais portugueses. 

Deste relatório destaco alguns aspectos relevantes:
  • Na faixa etária dos 10 aos 15 anos o número de utilizadores de computador aproxima-se dos 98,5%
  • Quanto à utilização do computador nos primeiros três meses do ano, mais de dois terços dos jovens dos 10 aos 15 anos (67,8%) utiliza com regularidade diária ou quase diária.
  • Quanto às actividades realizadas no computador os mais jovens declararam a realização de trabalhos escolares (92,4%), seguindo-se as actividades de entretenimento como jogar (80,1%) e ouvir música/ver filmes.
  • Do total de inquiridos entre os 10 e os 15 anos, 95% declararam já ter alguma vez utilizado Internet.
  • Quanto à frequência da utilização da Internet os mais jovens declararam 54,5% utilizaram todos os dias ou quase todos os dias.
  • Quanto às actividades desenvolvidas na Internet os mais jovens residentes em território nacional apresentaram como principais actividades a procura de informação para fins escolares (97%). Cerca de três quartos da população inquirida utilizavam a Internet para comunicar através de instant messaging (73,5%). Em terceiro lugar no ranking de actividades surge o envio e recepção de e-mails (69,9%), em quarto lugar (57,9% dos utilizadores) está a consulta de sites de interesse pessoal. É apreciável a parcela de jovens que afirma fazer download.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Nativos Digitais

"Um desafio para a Educação"

Da autoria de alunas do mestrado " Supervisão Pedagógica em Ensino das Ciências" da Universidade do Minho o video "Um desafio para a Educação" baseado nos textos de Marc Prensky levanta um conjunto de questões sobre a relação nativos digitais, professores e escola.

Começando por caracterizar os nativos digitais passou-se aos desafios que a escola enfrenta actualmente para responder aos interesses e características dos alunos com estas características. Uma escola aberta, criativa e desafiante onde identificasse as competências para o futuro e não para o passado considerando que a tecnologia são ferramentas que funcionam como extensões do cérebro dos nativos. Actualmente esta nova geração de alunos, comunica, pesquisa, troca, socializa, programa, partilha, cria, aprende, diverte-se utilizando estes meios e onde a escola e os seus professores tem de potenciar oportunidades auto-direccionadas, ambientes interactivos, várias formas de feedback, tarefas que utilizem diferentes recursos e uma aproximação ao ensino mais prático e cooperativo. Para isso é lançado o desafio aos professores para quebrar barreiras  e resistências aproveitando as habilidades dos nativos digitais integrado-os no seu processo de aprendizagem.