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Perfil do Estudante Digital |
A actividade teve como objectivo identificar e discutir as características atribuídas ao estudante digital.
O que foi proposto:
- Constituição livre por inscrição num fórum do grupo;
- Leitura e análise dos textos disponibilizados;
- Elaboração de um documento em powerpoint sobre o perfil do estudante digital;
- Apresentação do trabalho de cada grupo no Fórum A1
- Discussão no Fórum dos trabalhos apresentados.
Os recursos base ao estudo do perfil do estudante digital:
- Prensky, M. (2004) The Emerging Online Life of the Digital Native: What they do differently because of technology and how they do it. 1-14.
- Prensky, M. (2001) Digital natives, digital immigrants. In On The Horizon (Vol9, nº 5). NCB University Press.
GRUPO VERDE
Clara Pereira, Maria Lisete Lapa e Margarida Costa
Boa noite:
O artigo “Digital Natives: Where is the Evidence?” de Helsper e Enyon criticam as abordagens de “nativo digital” que esteja assente na idade. Estes autores defendem inclusive que a experiência e o nível de utilização são factores mais determinantes.
No entanto, e apesar de alguns estudos favoráveis a essa teoria, na verdade, e para mim, nunca entendi o nativo como uma associação à idade, mas sim, à influência que estes alunos sofreram pelas tecnologias, pelo facto das mesmas terem existindo sempre em seu redor, isto é, eles nasceram neste ambiente.
Quando escrevi anteriormente, em ler sem imprimir, estava a falar de manuais altamente técnicos, ou de áreas altamente técnicas que envolvem uma grande capacidade de concentração e de raciocínio (e aqui até contraria de alguma forma Prensky). No entanto, os mesmos desenvolvem sem qualquer dificuldade o seu trabalho, fazendo várias tarefas em simultâneo, como por exemplo: consultas de materiais, downloads em simultâneo troca ideias com os colegas através da rede interna da escola.
Não são génios, são de facto diferentes quando utilizam a tecnologia, os mesmos alunos quando são confrontados com o modelo tradicional (em áreas como a Língua Portuguesa) não parecem mesmos alunos. Para mim, enquanto profissional da área técnica chega a ser fascinante vê-los.
Uma das coisas que identifico com relativa facilidade (pelo menos à cinco anos) e sei que muitos professores nunca se aperceberam e nem sabiam da ocorrência; é a escrita e envio de mensagens por telemóvel durante as aulas e por vezes de forma continuada através da técnica: com o telemóvel dentro do bolso escrevem mensagens por cima das calças em apenas alguns segundos. Por muito que não goste de ver isto, e que seja obrigada a tomar medidas, à distância analiso a capacidade de manuseamento das teclas do telemóvel, sem o sem o seu visionamento, sem o contacto directo com as mesmas, a continuarem a realizar as tarefas da aula e em questões de segundos.
Quanto à questão do emigrante digital, Prensky, deixou transparecer claramente a forma de identificação de um emigrante digital snão é igual nos indíviduos, diz sim, que os mesmos emigrantes digitais mantém um pé no passado e que de alguma forma é possível identificar essa ligação. O autor referencia ainda que as pessoas que não nasceram ou que não foram educadas com a inclusão das tecnologias adaptam-se e normalmente essas pessoas até abraçam a tecnologia e usam-na no seu quotidiano.
Neste contexto, identifico a maioria dos aspectos apresentados por Prensky no que diz respeito às diferenças entre aqueles em que a tecnologia fez parte sempre das suas vidas e entre aqueles que se adaptaram. Não quer dizer com isso que não haja casos excepcionais. Existem sempre. Existem variáveis que poderão influenciar a relação do indivíduo com as tecnologias e que carecem mesmo de estudos: a adaptação com sucesso, a utilização continuada das tecnologias e a experiência que tem das mesmas.
Boa cont.
Lisete
| Olá a todos:
O que significa aprender a pesquisar como estudante digital?
Para Demo (1996) " A pesquisa é uma actividade quotidiana considerando-a como uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, uma intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”.
Pesquisar significa pois a realização de um conjunto de acções, propostas para encontrar a solução de um determinado problema. A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem informações para solucioná-lo ou faltam elementos para completar uma ideia.
No entanto, ainda que haja autores, que defendam que a pesquisa poderá ser um conjunto de procedimentos que visam produzir um novo conhecimento para o estudante digital, isso só será possível, se o aluno se sentir envolvido no processo de aprendizagem.
Para o estudante digital a pesquisa é a 2ª maior actividade que desenvolvem na internet, na verdade, as pesquisas que realizam é em bruto, são pouco filtradas e até pouco seleccionadas, contudo, quando as pesquisas se destinam a actividades do seu interesse, as suas pesquisas são adequados e correctas, pois os mesmos são fortemente influenciados pela necessidade da recriação e exigem participar na construção do seu conhecimento, pesquisando o que necessitam até chegar ao que pretendem.
Quando isso acontece o processo de selecção da informação e das fontes, a reflexão sobre a veracidade da informação, e sobre a importância dos recursos para a solução do problema representa na verdade um processo de crescimento e da construção de novo conhecimento. Para além disso, o facto, de ser capaz de criar e produzir conhecimento a partir de informações seleccionadas significa que o mesmo realizou aprendizagens.
Boa cont. de um bom trabalho.
Lisete
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| Boa tarde professora e colegas:
Efectivamente o nativo digital utiliza aprende, pesquisa, trabalha, compra, coopera, socializa-se através dos meios tecnológicos. Tal como alguns colegas aqui referiram as suas aprendizagens serão mais evidenciadas se os mesmos se sentirem motivados e se os mesmos forem chamados a participar de forma activa no seu processo de aprendizagem, caso contrário, será em vão o trabalho e esforço dos professores. Para além disso, o trabalho destes alunos (envolvendo estes meios) deverá ser sempre orientado para que ocorram aprendizagens efectivas.
De que forma influência os processos educativos?
Os alunos com este padrão de aprendizagem exigem que as metodologias de aprendizagem passe por eles e as práticas de ensino os envolva e que se aproximem dos seus interesses. Isto implicará estruturas de aulas com desvios do contexto tão formal em termos educacionais, onde os mesmos poderão desenvolver actividades de cooperação, aceder a informação de várias fontes, a partir de formatos digitais, tais como vídeos, animações e de uma forma mais aleatória.
Estas mudanças do paradigma educacional também terá implicações para a rotina dos professores, uma vez que estão numa fase de novos desenhos de aulas em que muitas das vezes serão eles os primeiros projectistas, tendo um papel determinante que é avaliar os seus próprios modelos. Ainda, que os professores o façam todos os dias com as suas turmas, muitos dos desenhos até então estão muito testados e existe um claro conhecimento sobre os possíveis resultados a obter nas diferentes turmas. Esta é para mim a grande resposta aos sépticos da utilização destes meios e às aprendizagens que desenvolvem na realidade. Avaliar o seu trabalho e os seus próprios desenhos de aulas entretanto implementadas. Trocar opiniões e experiências positivas, cooperar entre colegas na implementação de práticas inovadoras.
Deste modo, isto implicará que os seus professores, emigrantes digitais, estejam disponíveis e preparados para lidar com esta nova forma de ensinar-aprender, mas também, muito disponíveis para avaliar o seu trabalho. É quase certo que existem muitas metodologias que irão ser abandonadas, porque através do processo de avaliação, poderemos concluir que a utilização dos meios tecnologias não trouxeram nada de novo ao processo ensino-aprendizagem ou os objectivos em termos de aprendizagem são muito mais baixos do que aqueles que projectamos, e portanto implicará ajustamentos ou mesmo abandonos.
Ainda sobre os professores emigrantes digitais:
Existem de facto os emigrantes digitais que abraçaram a tecnologia fazendo com a mesma esteja na sua rotina de trabalho, preparando aulas, na troca de e-mails, na troca de materiais, colaborando de forma digital, criando materiais digitais, utilizando plataformas, equipamentos e desenvolvendo aulas com recursos digitais, por outro lado existe, um importante grupo de imigrantes digitais que não acreditam que a tecnologia poderá melhorar/apoiar/facilitar as práticas de ensino revelando resistência à utilização da maioria das práticas que incluem esses meios, exercendo apenas as actividades que lhes são exigidas em termos de utilização das tecnologias, portanto, revelando comportamentos de visitantes digitais.
Bom trabalho.
Lisete
Reflexão Final da actividade 1
Foi solicitado ao grupo-turma em contexto de grupos a apresentação do perfil do estudante digital a partir dos estudos Mark Prensky. Este trabalho exigiu uma grande reflexão sobre o que é ser nativo e emigrante digital, sobre a forma como aprende o nativo digital e a sobre forma como ensina os professores considerados emigrantes digital.
Deste modo, foram levantadas muitas questões. Reconheço que após as discussões no fórum existem muitos aspectos defendidos pelo autor que são questionáveis ou mesmo levantam-se outras questões que exigiam estudos mais aprofundados do que aquele realizado por nós; entre outras destaco os seguintes pontos: A forma de aprender dos nativos digitais produzirão mesmo aprendizagens? Se sim, qual a sua qualidade? Que desafios são impostos aos professores, incluídos nos emigrantes digitais? Por seu turno, muitos dos ditos emigrantes digitais e após terem abraçado as tecnologias deverão continuar classificados como emigrantes digitais?
No entanto, independentemente das divergências à volta da temática é evidente que as tecnologias vieram transformar a forma de aprender dos nossos alunos e dessa forma estas questões interessam aos professores, à escola e aos educadores em geral. Estes terão a função de perceber a influência de fenómenos como os meios tecnológicos e num contexto colaborativo estudarem novas práticas de ensino. Estas práticas terão de evidenciar o envolvimento dos alunos no seu processo de aprendizagem e desempenharem um papel determinante no seu processo de avaliação.
Isto implicará desenhos de aulas desviantes do contexto formal, onde os jovens poderão desenvolver actividades de cooperação, aceder a informação de várias fontes, a partir de formatos digitais, tais como vídeos, animações e de uma forma mais aleatória e onde os mesmos possam desenvolver várias actividades em simultâneo.
Ainda em relação aos professores é necessário que os mesmos identifiquem em sim as características de emigrantes digitais referenciados pelo autor e se prepararem para o novo desafio que lhes é imposto. Apesar de muitos professores terem abraçado a tecnologia, fazendo a mesma parte do seu quotidiano, facilmente se identifica nestes profissionais aspectos como, dependência do papel para realizar simples tarefas de leitura, a dificuldade em desempenhar mais do que uma tarefa e alguma dependência da organização formal.
É da identificação destes aspectos que poderá resultar uma avaliação sobre os mesmos e sobre a forma como influenciam positivamente ou negativamente o processo de ensino-aprendizagem, estando lançado as bases para a implementação de novas metodologias de trabalho mais próximas da forma de aprender dos nativos digitais. |
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