|
Media digitais e a construção da identidade social |
Objectivos para a actividade: Reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.
Foi-nos proposto para esta actividade:
- A análise e discussão do papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.
- Constituição livre dos grupos de trabalho ( máximo 3 elementos);
- Tendo por base a bibliografia a seguir ( o grupo deverá selecionar um dos textos sugeridos, como texto de apoio para esta atividade) elabore um texto de 5 a 8 páginas sobre "O papel dos media digitais na construção da Identidade social dos jovens."
- Apresentação no Fórum A3 dos textos efectuados até ao dia 22 de Maio;
- Discussão conjunta dos textos apresentados pelos diversos grupos, entre os dias 23 a 29 de maio.
Temas a escolher pelos grupos:
Texto 1
Texto 2
Texto 3
Texto 4
Texto 5
- Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.
Texto 6
Texto 7
Texto 8
Actividade do grupo Laranja
O meu grupo realizou uma síntese do texto 2 de Susan Sern sobre a temática: Produzindo Sites, Explorando Identidade: Autoria Jovem Online.
Clique aqui para visualizar o trabalho do grupo laranja no alojamento online.
| Boa noite professores e colegas: Depois de ter analisado os vários trabalhos elaborados decidi reflectir os aspectos de aproximações entre o tema tratado pelo meu grupo – grupo laranja: Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship de Susannah Stern e o grupo roxo:Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication. O texto do grupo onde estive inserida representa uma importante reflexão sobre os motivos dos jovens produzirem blogues e páginas pessoais, sobre as recompensas que os mesmos encontram ao utilizarem estes meios para projectarem o seu “eu”; qual o papel das audiências e de que forma um feedback sobre as suas expressões é importante para os mesmos. Em ambos os trabalhos (laranja e roxo) é analisado a questão da criação dos blogues: em que para os jovens adolescentes utilizam estes meios pela necessidade que os mesmos sentem pela auto-expressão, deste modo, os blogues são espaços de auto-expressão online de importante reflexão sobre si mesmos. Para além disso, é explorado a questão das auto-experimentações utilizadas nos seus blogues e sites possibilitar testarem diferentes versões das suas identidades potenciando ainda explorar facetas da sua personalidade. Ambos os grupos referem-se à utilização que fazem dos blogues tornando o mundo virtual como uma extensão do real utilizando o blogue como um diário para publicar reflexões, imagens, fotografias, preocupações. O texto do grupo laranja, chega mesmo a comtemplar que esta utilização poderá ser encarada até como terapêutica, como uma libertação das suas emoções. Ambos os grupos, realçam ainda que a vida online dos estudantes é estimulada pela auto expressão livre onde no mundo virtual não existem os constrangimentos do mundo real, onde a expressão pessoal de cada um é muitas vezes representada por máscaras sociais por exigências sociais com receio de represálias sociais. No texto 2 (trabalhado pelo meu grupo - laranja) refere-se a esta questão da liberdade online com uma possibilidade que é concedida pelos blogues aos jovens de controlarem as ideias e opiniões que expõem e desse modo gerem a opinião dos outros através do que colocam online. Esta questão esta relaciona com a grande necessidade de aceitação e valorização pessoal. Bom trabalho para todos. Lisete |
| Boa noite a todos: Analisando mais ao pormenor a abordagem que do texto analisado pelo grupo azul - o papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens - considero que o mesmo se relaciona em vários aspectos com a temática Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship de Susannah Stern (texto analisado pelo meu grupo – laranja). O primeiro texto realizou uma análise de vários estudos sobre a construção das identidades que sofreram a influência dos media digitais tendo-se seguido a análise dos processos que desencadearam essa construção. Considerei particularmente interessante o primeiro caso, porque o mesmo se relaciona com a temática abordada pelo meu grupo - laranja, onde uma adolescente desenvolveu e construiu o “eu”social e individual com recurso à criação de um site pessoal com utilização de textos e palavras; com a utilização de paisagem visual com recortes e impressões da realidade pessoal, do círculo de amigos mais próximos. A mesma demonstrou necessidade de se expor dessa forma, mas conscientemente ou inconscientemente este tipo de exposição poderá ter-se tornado numa oportunidade de reflexão sobre si. É deste tipo de reflexão que a maioria dos adolescentes se vêem de outra forma, e encaram isso, como uma oportunidade de exploração/experimentação de vários “eu” de onde resultará modificações do seu “eu” . O próprio processo de colocação de mecanismos de resposta e/ou comentários espontâneos é determinante na experimentação de vários “eu” ou mesmo influenciador na construção da identidade pois permite-lhes gerir a informação, e dessa forma apresentar-se ou reformular a sua forma de estar de acordo com os seus interesses. É importante realçar que os mesmos anseiam por um feedback que lhes permita gerir a forma como se querem apresentar, mas também, porque nesta fase anseiam ser valorizados e aceites nos grupos a que querem pertencer ou que vejam as suas auto-expressões. Assim, o adolescente recorre-se deste mecanismo num processo de construção e reconstrução da sua identidade à medida que recebe feedback dos seus pares ou de grupos que pretendam relacionar-se. Este aspecto foi aprofundado na temática do meu grupo onde é mesmo frisado no capítulo “Ei, este é quem sou eu: Auto-realização através de expressão online” “…que os comentários de visitantes do site pessoal também podem ser inspiração para alterar a forma como os autores jovens pensam de si mesmos e, em alguns casos, como se comportam em espaços offline. Por exemplo, reacções positivas do público podem levar à integração de auto-apresentações online em auto-apresentações”. Para além disso, a produção destes meios de comunicação dá-lhes a tal oportunidade que de outra forma seria difícil reflectirem sobre si mesmos (no texto2 – referia-se mesmo ao tempo da construção, como aquele tempo que de outra forma seria difícil reflectirem sobre si mesmos) e dessa forma potencia a tomada de decisões e escolhas dos adolescentes. Em suma, ao ler o texto e os vários processos de construção da identidade: construtividade, colectividade e construção social, convergência, reflexividade, negociação, incorporação e aprendizagem identifiquei muitos dos aspectos realçados do papel da produção de sites e blogues na construção da identidade – texto2 Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. Cont. de um bom trabalho. Lisete |
|
| Olá Marina: As tuas questões são pertinentes mas também muito complexas. Os jovens aderem à produção de blogues e sites numa primeira fase por curiosidade, por desafio tecnológico e porque desejam a sua presença online, só mais tarde descobrem das potencialidades destas tecnologias, nomeadamente das potencialidades da mesma na reflexão sobre a expressão online e como a mesma se torna importante para eles. Apercebem-se então dos benefícios e das potencialidades da auto-reflexão, da expressão dos sentimentos e da percepção que os mesmos poderão ter um papel determinante no crescimento a nível pessoal. Mas a maior vantagem é os mesmos através destes meios expõem os seus sentimentos de uma forma que no mundo real seria difícil junto dos seus pares, família ou outros por questões de represálias, deste modo, experimentam as sensações, exploram facetas e identidades que de outra forma seria difícil. A necessidade de serem aceites e valorizados faz parte da própria adolescência que é encarado por alguns autores como um estádio intermédio, onde os mesmos sentem -se obrigados a trabalhar-se continuadamente à medida que procuram a sua própria identidade. Mas os jovens também tem consciência que a voz dos adultos é mais reconhecida socialmente, e esta é também uma fase em que os mesmos querem ser ouvidos , é nesta fase que deixam o conforto da suas famílias na procura do seu eu, é pois na adolescência que os jovens começam a questionar-se e a redescobrirem-se .A necessidade de serem aceites e valorizados é a afirmação do seu eu e das suas ideias e da aceitação social do seu público. Em suma os jovens necessitam da valorização por questões de auto-estima, mas também, porque querem ter a certeza de que não estão sozinhos nas suas ideias sendo estes factores determinantes para o seu crescimento enquanto pessoas e encontraram no mundo virtual as ferramentas para os seus objectivos.
Bom trabalho. Lisete |
| Olá a todos:
Boa tarde a todos:
Pela leitura que realizei nos vários trabalhos é um facto que os meios digitais actualmente disponíveis estão a ser utilizados pelos jovens como forma de se projectarem socialmente.
O grupo verde na análise ao texto “Boyd, D. (2008). Why Youth Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142” apresentou algumas referências que identifiquei no texto de Susannah Stern analisado pelo meu grupo.
A gestão da ideia/impressões que os outros poderão ter sobre o adolescente é um exemplo disso e é utilizado pelos adolescentes independentemente do meio tecnológico. Assim enquanto, nas redes sociais, os jovens utilizam a configuração dos perfis ou a sua apresentação no mundo virtual com dupla personalidade; na criação de blogues e sites pessoais fazem-no controlando as impressões que o seu público terão sobre si através da gestão das mensagens e ideias. Deste modo, aproveitam e assumem o poder do controlo das suas ligações, amizades e público online.
Em ambos os textos é reconhecido pelos autores que os adolescentes ficam incomodados com a visita aos seus perfis ou aos seus sites de pessoas que para eles não são seus amigos ou público. No texto de Danah Boyd sobre isto é apresentada a citação: “Lá porque é público, não significa que todos possam ir lá!”, já no texto de Susannah Stern é referido que a maioria dos jovens mesmo sabendo que os seus sites pessoais são publicamente acessíveis a grande maioria dos adolescentes não conseguem imaginar porque razão um estranho ou um aleatório estaria interessado em fazê-lo.
Para além disso, é notório, em vários textos que os adolescentes estão a utilizar as tecnologias para fugirem ao controlo das suas famílias, que por muito que sejam vigilantes, o facto dos adolescentes dominarem linguagens próprias de rede dificulta a identificação por parte da família e deste modo fugir à vigilância dos progenitores. É de realçar que em vários textos é referido a dificuldade /receio que os adolescentes sentem em mostrar –se aos seus familiares por receio de represálias.
Achei mesmo interessante a frase constante no texto de Danah Boyd ao afirmar a dada altura no que se refere ao controlo dos pais ”… A cultura do medo foi imposta nos jovens e era necessário fugir para um lugar seguro, mas só deles. A Internet veio descentralizar os públicos – é possível estar em casa, com os pais fisicamente, e estar num espaço público, sem controlo parental, virtualmente.”
Deste modo, encontraram nos meios tecnológicos um porto seguro para a sua projecção do seu eu, sem receios, experimentando vários eu, gerindo a opinião dos outros sobre si e dessa forma vão formando a sua identidade.
Cont. de um bom trabalho.
Lisete |
| Olá Gisela:
Depois do teu comentário decidi ir analisar o que pensa Pawel C. De facto, ele transmite a ideia que colocar nos meios de comunicação um poder dificil de controlo, manipulador de consciências, é uma posição bastante comoda quando alguém não pretende assumir a sua parte de responsabilidade diante do processo social, que é de interesse de todos.
Achei mesmo brilhante a ideia que o mesmo transmite a dada altura que deveríamos deixar de crucificar os media, deveríamos antes perguntar que sociedade queremos para nós e para nossos filhos e que deveríamos parar e perguntar aos jovens qual mundo que eles sonham e, na medida do possível, ajudá-los a construí-lo.
Deste modo, ele passa o papel para os pais e para cada um de nós enquanto adultos inseridos numa sociedade. De facto os media é um meio entre muitos que os adolescentes encontrarão para se projectar socialmente, mas também para procurar respostas sem correrem o risco de represálias ou, abrigarem-se num espaço seguro de fuga ao controlo dos pais e de amigos offline numa altura que os mesmos necessitam de espaço para si.
Tal como diz o autor e alguns colegas o papel dos pais é determinante nesta fase da vida dos jovens. Criar um meio ambiente de abertura e diálogo é essencial para os ajudar a encontrar respostas com maior segurança e confiança num momento em que as decisões que os mesmos assumirem terão reflexos nas suas vidas.
Deste modo, independentemente dos jovens procurarem outras fontes de informação fora da família, ou procurarem projectar ou experimentarem outras facetas em ambientes virtuais, na verdade é importante que os mesmos cresçam de forma equilibrada pois só assim poderão assumir decisões equilibradas e isso só será possível numa família que tenha criado um ambiente proprício para esta nova fase da vida dos filhos.
Bom trabalho.
Lisete | | | | | |
|
|
|
|
|
|
|
| Olá:
Efectivamente focaste aqui um aspecto muito pertinente que está relacionado com a forma como os media poderão influênciar adolescentes em diferentes locais no mundo. Se a televisão, os jornais nos vários pontos do mundo estão enquadrados com a cultura e vivências daquele país, a internet é uma revolução. Como interage um Angolano com esta tecnologia e de que forma poderá este potencial tecnológico influênciar a sua identidade, quando comparado com adolescente que cresceu em Portugal.
Efectivamente os media irão influenciar a construção da identidade dos jovens que cresceram e vivem em diferentes países, no entanto, eles são confrontados com uma rede mundial onde circula uma imensidão de informação que lhes é apresentada em em pé de igualdade, sem o devido tratamento da envolvência cultural e social.
Depois disto coloquei-me na posição de um jovem adolsecente português que é confrontado com informação vinda por exemplo dos Estados Unidos e verifiquei que os nossos jovens adaptam-se à informação mas considerando a sua cultura, sofrem influências é verdade, mas as mesmas acabam por ser enquadradas com as suas vivências e com os objectivos que pretendem fazer deste meio de comunicação.
No entanto, considero que deveria ser pertinente analisar de que forma influência a contrução da identidade dos diferentes jovens em diferentes países. Como é que os jovens destes países fazem uso da mesma (das diversas ferramentas existentes na rede mundial) e dessa forma quais os impactos efectivos que a mesma acaba por ter na contrução da sua identidade. Um bom aspecto de análise que aqui colocaste.
Lisete. |
|
|
Reflexão final à actividade
A actividade 3 teve como objectivo reconhecer a influência dos media digitais na construção da identidade social dos jovens. Foi proposto a cada grupo constituído para o efeito, que escolhesse um texto associado à temática e realizasse uma síntese para que numa fase posterior reflectíssemos em contexto do grupo-turma os media digitais e a sua influência na construção das identidades.
O grupo laranja, grupo onde estive inserida decidiu escolher o tema Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship de Susannah Ster que após uma análise do mesmo e numa metodologia de colaboração elaborou uma síntese entretanto alojada em: http://pt.calameo.com/read/000710275af397bd58527 .
Apreciei imenso trabalhar o texto de Susannah Ster pela sua actualidade, pela sua clareza, pela agradável leitura e pela forma como os conceitos foram expostos. Numa altura em que jovens portugueses estão integrados na globalização da informação e perante as mudanças persistentes na forma de comunicar e no estabelecimento de relações a temática é essencial para perceber o porquê dos jovens criarem e manterem páginas e blogues e qual a influência dos mesmos na construção da suas identidades.
Deste texto, muito relevante em informação, pude assimilar alguns aspectos:
- Que numa fase muito inicial os jovens começam por criar páginas ou blogues por curiosidade e com o objectivo de dominarem as tecnologias; e só numa fase posterior se apercebem das oportunidades que estes meios lhes proporcionam em termos de expressão e da projecção social.
- Encaram a visibilidade do seu blogue ou página como uma oportunidade de serem reconhecidos numa sociedade dominada pelos adultos adquirindo, assim, o direito de sentirem como parte integrante nessa sociedade e onde as suas opiniões passem a ser aceites. Por isso mesmo anseiam por um feedback por parte do público a que se destina a sua expressão online.
- Os jovens ao utilizarem os blogues possuem um maior controlo sobre as suas ideias ajustando a as suas opiniões conforme o feedback que vão recebendo. Deste modo, procuram ganhar aprovação social através da imagem que projectam online, sendo isto encarado como experimentações da identidade onde os mesmos testam várias versões da mesma.
- No entanto, os jovens quando utilizam os seus blogues são confrontados com os seus pensamentos e opiniões, implicando a dado momento que os mesmos sintam necessidade para resolver as discrepâncias entre múltiplos aspectos que foram revelando sobre si.
Após uma análise e reflexão de todos os trabalhos ficou, ainda, visível que os meios tecnológicos e a utilização que os jovens fazem deles são parte integrante na construção da sua identidade social. A maioria dos jovens utilizam estes meios para assumir a extensão do seu próprio eu, exprimem as suas ideias, pensamentos, interesses, gostos, angústias e partilham informações. Os jovens utilizam estes meios para explorarem várias facetas da sua entidade aproveitando em muitos casos a sensação de segurança/protecção que possuem pela aparente distância que os meios criam.
Durante a exploração da temática foi, ainda, interessante analisar como os jovens de países e até de continentes diferentes apresentam semelhanças em termos comportamentais em relação aos meios tecnológicos para se exprimirem e explorarem várias vertentes da sua identidade.